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Simplesmente Simples

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Sab | 25.05.19

A Verdade de Mim Mesma

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Se há 1 ou 2 anos atrás alguém me dissesse que iria estar a publicar esta foto nas redes sociais e a abrir-me ao mundo desta forma eu diria que estavam todos loucos.

Há algum tempo senti vontade de criar um blog. Recordo-me como se fosse hoje do momento em que ao tirar fotos ao meu pequeno almoço, só porque sim, partilhava com a minha irmã “Ah, qualquer dia faço um blog...” e ela simplesmente me respondeu “E porque não?”. Contudo o porque não era mais forte do que o porque sim. Os medos da partilha e da exposição eram superiores à vontade de criar e fazer algo.

Passado algum tempo e após muitos pensamentos de julgamento e auto-boicote, lá criei um blog, de forma anônima, porque isso garantia que ninguém me apontaria o dedo ou julgaria...  Partilhava, mas não me partilhava e expunha ao mundo.


Fui caminhando e contactando com tantas crenças... coisas nas quais acreditava e que simplesmente me paralisavam e impediam de chegar mais longe, como a de não ser capaz, a de não ser boa o suficiente, o que pensariam e diriam as pessoas...
Aos poucos fui explorando os meus recursos e lidando com essas crenças. Comecei por contar aos amigos que tinha um blog, partilhei com algumas pessoas, e aos poucos fui me desafiando. Hoje além do blog já não ser anónimo, realizo alguns eventos que publicito através dele, e continuo a caminhar na direção do meu propósito e missão e de encontro aquilo que realmente me apaixona.

E todo o processo sinto que hoje o poderia resumir em aceitação!

 

Sempre me senti diferente, não me identificava com os valores da sociedade, com o sistema burocrático... Mesmo no meu elo de amigos sempre me senti diferente...aquela que pensava diferente, aquela que via a vida de forma diferente...sofri. Chorei muito no silêncio em mim mesma. Passei muitos momentos perdida, sem encontrar o porquê da minha existência, a razão de me sentir diferente... sentia que não pertencia a nada e este aparente sentimento de não pertença gerou muitas lágrimas e feridas. E nesse processo a vida ainda me ia trazendo “presentes” que me tornavam e faziam sentir ainda mais diferente: aquela que não pode comer glúten, a que faz alergia ao leite, aquela que perdeu a mãe aos 10 anos…

 

Nesta busca de mim mesma e do meu lugar no mundo, fiz várias terapias, desde as mais convencionais como a psicoterapia, àquelas que muitas pessoas ainda olham de lado como a leitura da aura e mapa astral por exemplo... tirei cursos, fui a retiros, fiz formações...
E hoje ressoa na minha mente uma frase que ouvi numa dessas terapias ainda tão “mistificada” : “Transforma a tua dor em dom!” Algo que na altura me tocou, mas não ressoou. Como seria possível transformar a dor em dom? Mas que dom? E qual das dores?

Hoje nada me faz mais sentido que isso!

 

E só assim, após todo o processo, que é contínuo e sem término, sou capaz de hoje partilhar esta foto que nada mais é do que eu, mas que demonstra em si a minha verdade e brilho.

E só na verdadeira aceitação (e repito que o processo é um caminho) sou capaz hoje de me partilhar assim, tal como sou: Laura Pereira, descalça na natureza, com o tambor em punho. Esta sou eu agora. A minha verdade. O meu verdadeiro brilho.

 

E percebo hoje que para viver o meu verdadeiro brilho tive de me aceitar tal como sou, com muita luz, mas muita sombra, com muitas qualidades e também muitos defeitos. Tive de diminuir a importância da opinião do outro na minha vida. Tive de abrir os braços a quem sou, verdadeiramente.

Junto à aceitação chega também a confiança em mim mesma, que aos poucos me ajuda a caminhar e conquistar o mundo que sonho. Sinto-me hoje feliz e sinto que encontrei o meu lugar no mundo. O meu lugar no mundo não é físico, não é uma cidade, nem um país, é muito mais que isso. É o lugar no coração e ação no qual me exponho e me mostro verdadeiramente a mim mesma e ao mundo.

Talvez as dores se tenham realmente transformado em dons, e abraço hoje também a missão de levar esta aceitação até ao outro e às pessoas que me rodeiam.

E sobre esta aceitação, reflito hoje:

O que ainda não aceitei em mim e na minha vida?

O que poderei aceitar agora que me poderia trazer mais paz?

Se me aceitasse agora tal como sou até onde me poderia levar essa aceitação?

 

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