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Simplesmente Simples

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Sex | 24.08.18

Criança de Sempre ou para Sempre?

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Há dias falava com alguém sobre um assunto muito abordado a nível do desenvolvimento pessoal e espiritualidade: a criança interior.

Quem falava comigo estava realmente transtornada porque não se recordava de grande parte da sua infância, é como se a infância fosse uma página em branco ainda por escrever.

 

Muito se fala e ouve que recordar a nossa criança interior é importante, que nos poderá trazer importantes informações explicando aquilo que somos hoje. Mas será que tem de ser assim? Será que, se eu não me recordar da minha criança serei hoje menos feliz? Será que, de alguma forma, essa busca pela memória da criança não poderá criar algum limite à minha liberdade de ser o que sou hoje?

 

Durante algum tempo da minha vida dei comigo a relembrar a minha criança e achei super curioso porque relativamente a uma pessoa em específico, que já não se encontra fisicamente entre nós, apenas residiam na minha memória as recordações menos felizes. Questionei-me pela razão; atormentei-me porque queria lembrar-me e não conseguia; até que, hoje sei e aceito que tudo é como é e está tudo certo. A minha memória foi selectiva, com uma intenção bastante positiva. Talvez a saudade parecesse maior, quantas mais recordações positivas fluíssem. Talvez quantos mais sorrisos, abraços e palavras de conforto recordasse, mais a saudade apertaria.

 

Acredito que há em mim uma criança, e haverá sempre. É ela que me leva a confiar no desconhecido, é ela que me faz ter  de que tudo é possível, é ela que me permite sonhar e criar antes de ver, é ela que me recorda da importância da inocência, é com ela que brinco com o meu amor pequenino.

 

Talvez a memória da minha infância não seja assim tão relevante… Até porque o termo criança interior é, por si só, como o próprio nome indica, a criança que trago dentro, e não a memória dessa criança.

Será benéfico para mim questionar o que se “vende” a nível de desenvolvimento pessoal?

Sei agora que talvez a busca de lembrar a criança não me simplifique o caminho nem me traga liberdade. Talvez eu possa primar pela simplicidade e pela liberdade. Se lembro a criança? Está tudo bem! Se não lembro da criança? Está tudo bem também!

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