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Simplesmente Simples

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Sab | 19.01.19

Desabrochar

   Era uma vez um pequeno botão de flor que queria desabrochar. Apesar de toda a sua vontade havia algo que o prendia, que o impedia de avançar.

   Numa das inúmeras visitas da sua amiga lagarta esta dizia-lhe:

   -Flor, não tens motivo para não desabrochar, és linda e poderosa, mas enquanto te mantiveres botão de flor será difícil de mostrares todo o teu brilho e poder.

   A flor imensamente triste contava-lhe:

   -Eu não te sei explicar o que se passa comigo, quero desabrochar e mostrar todo o meu esplendor, mas é como se houvesse algo que me impede.

   A lagarta, sem mais argumentos, continuou a sua vida pelo campo.

   Mais meses passaram e a linda flor em botão continuava triste e desiludida sem saber o que fazer para desabrochar.

   Certo dia, uma linda borboleta aproximou-se da flor e disse:

   -Olá pequeno botão de flor, não me reconheces?

   A flor bastante intrigada respondeu-lhe:

   -Não. A tua voz soa-me familiar, mas não te conheço.

   Assim, com um ar extremamente feliz a borboleta respondeu-lhe:

   -Sou eu, a tua amiga lagarta. E desta vez acho que descobri o porquê de não conseguires desabrochar. Vou ajudar-te! Irei trazer-te algumas sementes e colocar ao teu lado, terás de esperar que venha o Outono e o Inverno e só na próxima primavera verás a magia a acontecer.

   A flor apesar de desiludida mostrou na sua voz um tom de esperança.

   -Não sei ao que te referes, mas agora que és uma linda borboleta acredito que me possas ajudar. Irei esperar, como me pedes, e espero não me voltar a desiludir. Estou cansada desta vida, quero desabrochar.

   A borboleta, como prometido, assim fez: trouxe várias sementes para perto do pequeno botão de flor.

   Passou o Outono e nada aconteceu. Passou o Inverno (e que Inverno este, de chuva rigorosa!) e nada aconteceu. Até que um dia em plena Primavera o pequeno botão de flor começou a desabrochar. Foi um processo demorado, mas que trouxe uma imensa alegria à flor, e qual não foi o seu espanto quando no dia final do seu desabrochar olhou à sua volta e também ao seu redor existia um imenso campo de flores acabadas de desabrochar.

 

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