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Simplesmente Simples

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Sex | 09.08.19

Desperta a Horizontalidade

Há muito que sinto de escrever e partilhar, mas hoje chegou o dia... Hoje quero falar-vos um pouco mais sobre uma das muitas (muitas mesmo) aprendizagens que me trouxe o Filhas da Terra Gathering 2019 e a Formação de Guardiãs de Círculos de Mulheres.

 

Podia fazer muita publicidade, porque adorei e conheci muita gente que admiro... mas na verdade quero partilhar-vos sobre uma das minhas aprendizagens: O “local” onde te colocas diz mais sobre ti do que sobre as outras pessoas.

 

Nisto das redes sociais é fácil olhar tantas pessoas que admiramos e colocarmo-nos numa posição inferior. É fácil pensar que estamos/somos inferiores porque ela tem este e aquele curso, já faz esta e aquela terapia, porque tem x seguidores e muitos likes... 🙈 Como se houvesse uma linha de importância, conhecimento ou evolução. Como se vivêssemos numa linha vertical de valor.

 

No Filhas da Terra tive a oportunidade de estar com muitas mulheres que admiro e me inspiram. E aí surgiu a visão clara de que o “local” onde as colocava diz mais sobre mim do que sobre elas.

Todas somos seres com luz e sombra, ambas somos forças e medos, temos dons e fraquezas, porque me coloco ou sinto inferior?

 

Na Formação de Guardiãs conheci igualmente mulheres que também coloquei em “locais” superiores, porque já tinham mais experiência ou já faziam muitas terapias, por ex, e mais uma vez constatei que todas estamos em linha, mas não numa linha vertical.

 

Afirmo então que todas estamos numa linha horizontal, e não vertical (como se tenta “vender” no patriarcado). Todas temos dons e todas somos sombra.

 

E permito-me levar esta reflexão até um pouco além... será que de certa forma ao colocar-me inferior não limito o meu próprio poder pessoal? Se viver sobre a premissa que todas estamos na mesma linha horizontal talvez arrisque mais, a criatividade flua e até brilhe mais. Sem que a minha luz diminua outras luzes, mas brilhemos todas juntas.

 

Talvez quando olhe para outras pessoas colocando-as superiores automaticamente coloco-me inferior e o meu sistema nem se permita aceder ao seu total poder e potencial. Quando me coloco ao “lado” delas dou voz ao meu potencial e criatividade. Quando me coloco ao lado delas assumo o meu poder, porque o sítio onde as coloco nada tem a ver com elas, mas comigo.

 

E assim termino sugerindo que este mundo do sagrado feminino é sobre a minha própria verticalidade (sendo quem sou) num mundo horizontal.