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Simplesmente Simples

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Qui | 27.06.19

Machismos e Igualdades

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Normalmente vou a pé para o trabalho. Há dias em que a caminhada se torna meditativa, outros dias em que o sono só permite andar em piloto automático... Hoje aconteceu algo diferente, que me trouxe reflexão e senti de partilhar contigo.

 

Bem na minha frente caminhava uma família, e um pequeno rapaz, devia ter cerca de 7/8 anos, trazia um casaco com algumas palavras nas costas que suscitaram a minha atenção... A foto foi a melhor possível, mas nas costas do casaco do rapaz surgia a palavra MACHISMO, de forma bem grande, que apesar da distância sobressaia à vista.

 

Tanto poderia falar e escrever, tantos sentimentos que esta palavra desperta em mim... Enfim. Não venho falar de machismo, feminismo, ou qualquer outra palavra terminada em _ismo... Não venho comentar o contexto onde apareceu a palavra, nem de quanto considero desapropriada essa palavra numa peça de roupa de uma criança. Quero falar de amor, igualdade, não-violência, consciência, não julgamento, vulnerabilidade...

 

De onde surgiu a ideia de superioridade entre gêneros?

Quem disse que é justo e válido enaltecer alguém rebaixando o outro?

Que atitudes tenho tido eu relativamente a esses princípios?

 

Na semana passada assisti a uma conversa banal de restaurante. Uma família grande, onde deviam existir tantos homens como mulheres e outras tantas crianças.

Numa certa parte da conversa um dos elementos fez um comentário que além de rebaixar um dos sexos ainda se mostrava a favor da violência. Não sou ninguém para julgar atitudes ou comportamentos, mas fez-me repensar de que forma tenho eu contribuído ou não para tudo isto?

Naquela mesa repleta de pessoas, após o tal comentário, somente uma pessoa foi capaz de denotar algum tipo de reação menos positiva, mostrando que não concordava com aquele tipo de comentários.

 

Então apelo à consciência. Apelo ao amor. Apelo à igualdade e respeito. Não sou ninguém para julgar A ou B comentário, nem para comentar qualquer peça de roupa, mas apelo à reflexão sobre temas tão importantes como estes. Cada um é livre para se expressar e opinar como achar, mas que a consciência esteja presente a cada palavra.

 

Desde quando se banaliza comentários destes? Que exemplo e aprendizagens tiram estas crianças ao ouviram este tipo de comentários? Desde quando a mulher é inferior ou perdeu a voz e poder para responder e se impor?

 

Mulheres:

Não somos superiores ao homem, mas também não somos inferiores. Temos o mesmo valor e voz para poder dizer basta! Não permitam que vos coloquem numa caixinha padronizada sem voz nem sentir. Não és menos válida por te importes e mostrares a tua verdade.

 

Homens:

Que valores queres passar às tuas crianças? De que forma gostavas que tratassem a tua filha? Como gostavas que outros homens se relacionassem com a tua irmã? Então trata todas as outras mulheres da mesma forma. Não tens menos valor ou força por tratares as mulheres como seres de igual valor.